Art Brut 3

Obra: Judith Scott

 

Aprisionada em um labiríntico emaranhado, aguardo aquela que tecerá o casulo com fios que libertam sua voz emudecida.

                                                                                     Tatiana Pacheco

Foto: Leon Borensztein             Lausanne, 17 de Dezembro de 2012.

Branco e negro

Sara Masüger, Chair, 2012.

Luvas vazias de mãos. Numa cadeira, uma perna desolada. Um capacete grita os horrores da guerra em versos negros que borram as brancas paredes em paz.

Tatiana Pacheco

Lausanne, 16 de Novembro de 2012.

O tempo

Sob os pés, folhas estampadas pelo outono repousam o tempo no verde imutável de um banco de praça.

Tatiana Pacheco

Lausanne, 04 de novembro de 2012.

Camus

Passos conduzidos pelo sol

sufocante.

Afundam na areia

que queima.

De assalto o brilho

que cega.

Deliro.

Camus.

Tatiana Pacheco

Lausanne, 13 de outubro de 2012.

Art Brut 2

Obra de Stanislaw Zagajewski

Expressões moldadas deixam escapar o grito que ecoa por entre conchas de um onírico mar multicolorido.

                            Tatiana Pacheco

Lausanne, 29 de detembro de 2012. 

Art Brut

Mãos esculpem a madeira criando gigantescas figuras que assistem impassíveis ao vigoroso espetáculo de uma casa em chamas.

                                               Tatiana Pacheco

Lausanne, 03 de setembro de 2012.





Obra de Eugenio Santoro

Pedras

Em meio ao desespero a lembrança do acolhimento entre colunas de pedra que se encontram na infinita espiral de uma escultura em feto.

                               Tatiana Pacheco

 Lausanne, 21 de agosto de 2012.

Vélo

As rodas seguem ligeiras. Uma gota de suor escorre por entre os músculos bronzeados. Deságua. Na tranquilidade entorpecente de um lago. Me perco. Entre pedras de uma cidade medieval.

                                                                                                                                                               Tatiana  Pacheco

Lausanne, 08 de agosto de 2012.

Château de Chillon

Corredores estreitos desaguam num calabouço. Frias argolas descansam aos pés de uma coluna. Lord Byron. Um calafrio percorre meu corpo. Quantas vozes povoaram esta prisão?

                                                                               

                                       Tatiana Pacheco

Lausanne, 31 de Julho de 2012.

Montreux

Corpos vibram ao som do soul. No alto, a imagem de uma árvore em meio ao colorido dos vitrais. Estática. No palco, instrumentos em êxtase. Sorriem. A silhueta de um homem invade o quadro. Braços, troncos, galhos. Silêncio.

                                                    
                                                                  Tatiana Pacheco


 Lausanne, 16 de julho de 2012.


 

Aloïse

Diante do Palais de Rumine leio: Université - Musées - Bibliothèque. Abro a porta. Musée de Beaux-Arts. Entro. Sou atingida por uma explosão de cores e figuras. Aloïse. O que revelam estas imensas perucas? Azul, amarelo, vermelho, rosas... Flores onipresentes emolduram Princesas. Amor.


                                                Tatiana Pacheco

 
 Lausanne, 11 de Julho de 2012.